segunda-feira, 1 de abril de 2013

Deixa eu te contar uma coisa...



Primeiro de Abril – um dia em que, por razões desconhecidas, alguém com muita pouca intimidade com a verdade ou com grande inclinação para promover tumultos, tenha estimulado e convencido a outros a praticar aquilo que lhe era peculiar: mentir!

De repente, um fato toma proporções incontroláveis e cruza o país sem que ninguém possa confirmá-lo. Já ouvimos histórias sobre moedas de 1 centavo, que teriam sido cunhadas em ouro branco; ou outras mais estranhas, como por exemplo, que quem se expõe por muito tempo na chuva teria um envelhecimento precoce.

Não sabemos de onde vêm nem tampouco como surgem os grandes boatos. Muitas vezes, eles surgem a partir de um fato que realmente aconteceu; outras vezes, por algumas pessoas que fazem suas próprias conjecturas e começam a divulgar uma história, que, de fato, estaria muito longe da verdade.

Não podemos nos esquecer de relatar também outros boatos envolvendo personalidades do meio televisivo “assassinadas” pelos boatos, ou cujos casamentos teriam sido rompidos, assim como histórias fantasiosas de adultérios e tantas outras invenções, que acabam sendo massificadas nas conversas dos mais ávidos por novidades.

Com a facilidade oferecida pela tecnologia, atualmente, qualquer pessoa tem acesso a uma página na Internet, a um blog, assim como pode facilmente divulgar, através do correio eletrônico, uma fofoca para uma infinidade de pessoas através das comunidades virtuais.

Foi-se o tempo em que as mentiras, boatos ou fofocas ficavam somente nas fronteiras dos muros, portões ou peitoris das janelas das comadres, que quase sempre começavam suas conversas com a famosa expressão: “Deixa eu te contar uma coisa….” E a partir disso, muita coisa fluía!

E como bem diz o ditado popular que “O uso do cachimbo faz a boca torta”, se começarmos a lançar mão de pequenas “mentirinhas”, quer seja no dia Primeiro de Abril, quer seja nos outros 364 dias do ano, facilmente poderemos adquirir o hábito de nos envolver num mundo irreal, no qual se tornaria difícil para a própria pessoa perceber se o que diz é realmente uma verdade ou uma mentira.

Assim, nos precavendo dos encalços dos maus hábitos, tomemos como regra a instrução:“Protege seus ouvidos com uma sebe de espinhos; não dê ouvidos à língua maldosa, e põe em tua boca uma porta com ferrolhos” (Eclo 28,28). Deste modo, tomaremos o cuidado de, antes de fazer qualquer comentário, refletir sobre a veracidade e a necessidade de se propagar uma notícia, pois muitos homens morreram pelo fio da espada, mas não tanto quanto os que pereceram pela sua própria língua (cf. Eclo 28,22).

Deus abençoe o nosso proceder a cada situação.

Dado Moura

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